Face à situação mundial que todos estamos a ser convidados a viver, torna-se necessário entrar num espaço de questionamento interno profundo.
Este é um grande processo que nos leva à Raiz de questões fundamentais sobre o nosso papel individual, cívico e social, de acordo com o lugar que ocupamos, dentro de nós, na nossa casa, na nossa família e nos cargos e nas funções/missões que nos tocam directamente.
No meio de toda a informação que nos rodeia, torna-se necessário debater sobre o que se passa para assim chegarmos a novos lugares dentro de cada um de nós. E neste estudo, estarmos unidos, mesmo que a nossa visão ou posição se diferencie, por momentos, e em alguns pontos. Sem julgamento, porque também é assim quando nos sentamos em círculo e cada um ocupa o seu lugar e expressa a sua visão sagrada.
Estamos a ser convidados a ir a uma Nova Escola. Onde precisamos de nos manter informados, mas ao mesmo tempo aprendendo a encontrar um centro e um equilíbrio, muito pessoal e individual.
Entre a observação, a escuta e a acção vão-se revelando emoções fortes.
Assim, recomenda-se estarmos ao Serviço do nosso próprio coração e do coração do mundo. Numa grande cerimónia, onde todos ocupamos um lugar neste círculo. Um espaço onde devemos expressar o que estamos a sentir com toda a nossa alma! Na nossa companhia e com as pessoas da nossa confiança.
Recomeçarmos, as vezes que forem necessárias, até chegarmos ao essencial e à raíz dos nossos Valores, tais como: o Amor, a Saúde, a Ordem, a Responsabilidade, a União, a Família, a Pertença, a Casa, os Laços e o que de Verdade importa.
Aprendamos então a ser um espaço seguro, dentro de nós, na nossa casa e para os outros. Aprendamos a sentir. E aprendamos a compreender que o sentimento de pertença está associado à ligação que temos connosco próprios e com a família ou círculo de confiança que criamos.
Recolher é por isso uma acção de Amor, de Prevenção e de União. É gerar alquimia dentro dos nossos corações e das nossas almas. É transformar as nossas casas em fontes de luz, de sabedoria e de sustentação. É não ter medo de olhar para dentro, mesmo que para isso precisem de sair todas as emoções cá para fora.
Aprender a ouvir o coração é estar em contacto com o que há de mais real dentro de cada um de nós. É aprender a reconhecer o tamanho da nossa força, assim como permitir que as fragilidades se apresentem. Assumir as nossas limitações, sejam elas quais forem, é escolher aceitar a natureza humana, sem ilusões. É perceber que o que vivemos pede atenção, compreensão e libertação.
Aceitar aquilo que se é, no momento, assim como desapegar, deixar fluir e não querer controlar, ajuda a libertar o que está dentro de nós e ao nosso redor. É abrir a vida ao novo, permitindo que tudo se reorganize de acordo com o que realmente somos.
O mais importante é reintegrar, em consciência, a infinitude da nossa sensibilidade e o quão ela representa também a nossa força. É aceitar a condição do mundo e acreditar no melhor para todos nós.
Assim, e em consciência, o coração de Raiz de Portugal mantém-se aberto e ao alto. Contudo, e até novos acontecimentos que tragam segurança ao nosso contexto nacional, não iremos promover eventos públicos, em espaços físicos.
Este é o momento, de cuidar de cada um de nós, das nossas casas, famílias e comunidades circundantes.
É o momento de aceitar, confiar e de rezar por todos. Todos.
Há que seguir o coração e acreditar que é dele que nascem, todos os dias, as maiores e as melhores coisas do mundo.
Muito obrigada a todos, pela grande oportunidade de podermos crescer juntos. E muito obrigada a todas as Vozes que se fazem ouvir e que despertam os Corações.
Muito obrigada, também, a todos os que estão a tomar decisões importantes por todos nós.
Sara Rica